Se Papai Noel é uma lenda para os adultos ocidentais, há uma cidade no mundo onde a lenda se torna realidade. Rovaniemi é uma pequena e encantadora cidade de aproximadamente 60 mil habitantes, atravessada pelo rio Kemijoki. Ela é a capital da Lapônia, o último povo ancestral da Europa. Um povo cuja história é tão antiga que se perde nas brumas do tempo e que, ao contrário de nossos indígenas e dos demais antigos povos europeus, é um povo que vive de acordo com seus costumes e detêm um bom padrão de vida (vivem em pequenas fazendas criando renas). Lapões e finlandeses se uniram e construíram a maior cidade de natal do mundo.
O período natalino é uma época de intensa atividade em Rovaniemi. Para lá afluem turistas do mundo todo com seus filhos para comemorar nas variadas festas de natalinas o nascimento de Jesus. Pagãos – adeptos de uma religião que se assemelha ao xamanismo – unem-se aos finlandeses – católicos – em meio às festas.
Entre Rovaniemi e a imensa cidade, construída para as atividades natalinas, distanciam poucos quilômetros. Essa distância é coberta em trenós puxados por cães ou por renas que levam os turistas. Outra parcela de turistas e residentes, a cobre por meio das motos de neve (com esquis no lugar das rodas). Ambos, trenós e “snowmobiles” (as motos para neve), trafegam sob o rio congelado, sob temperatura, média, de 30 graus negativos. Há necessidade do uso de roupas especiais que são facilmente alugadas. Para os adeptos do conforto há uma estrada asfaltada que leva até a cidade de Papai Noel.
Não se vê o sol em hora alguma. Os dias são claros apenas entre as dez horas da manhã e as dezesseis horas. É uma imensa festa toda voltada para as crianças. A cidade recebe, e responde, a milhões de cartinhas de crianças do mundo todo, sentem-se responsáveis pela manutenção da lenda do Papai Noel. Uma belíssima experiência que uma criança jamais esquecerá.
O Santa Claus Main Post Office abre a Aldeia do Papai Noel. É nessa agência do correio que as cartas das crianças do mundo todo se unem para serem endereçadas ao Papai Noel. Foram 16,5 milhões de cartinhas com pedidos de meninos e de meninas e 198 países. A logística é enorme, mas tudo ali é gratuito – com exceção dos souvenires e bugigangas alusivas à época. Entendem que prestam um serviço a todas as crianças do mundo. São elas o público mais fiel da Aldeia do Papai Noel, um grande espaço formado por várias empresas que aproveitam o mesmo local para falar de Natal.
O turismo da Lapônia não está alicerçado apenas na figura carismática do Papai Noel. Muitos se dirigem àquelas paragens para ver as cósmicas auroras boreais, que a luz solar faz refletir nos céus noturnos. Um turismo construído pela paixão – Papai Noel – e pela natureza exuberante. Ainda que agindo como uma força auxiliar, as visitas às pequenas fazendas dos lapões (o último povo ancestral da Europa, os “índios” europeus) criadores de rena, completam a forte economia de uma região que entende de alegria…e de economia.